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Somos o que fazemos das nossas perdas!

Diante das transformações sociais, econômicas, culturais, sabendo-se que interferem ou moldam a subjetividade, o que podemos perceber é que estamos diante da impossibilidade de simbolização. 


A cultura midiática da hiperatividade gera tensões em uma demanda rígida de organização com o tempo, tornando o tempo algo que deve ser preenchido com inúmeras atividades que se tornam vazias e incapazes de auxiliar a simbolização. Que é também uma forma criativa de se apropriar da realidade.


A questão é não ter tempo para refletir, rememorar, relembrar, renomear, para poder falar disso através da elaboração.


 O vazio intrínseco sem palavras torna o que é essencial “fazer as elaborações dos lutos” dos acontecimentos da vida bem distantes da pessoa, somos também o que fazemos das nossas experiências e vivências das perdas que constituem o viver para criar vida e narrar histórias. Onde não há palavra, terá a violência. 


Inúmeras listas, passo a passo, conselhos vindos de supostos especialistas que detém a verdade e solução que só servem para ocupar o tempo, esse tempo aí que dizem que precisa ser ocupado por inúmeras atividades que tornam o corpo sem anima. Seres humanos necessitam de tempo para ao menos terem contato com suas próprias experiências de perdas que são intrínsecas à vida humana. 

Se escutar em um percurso psicanalítico é construir condições de autorreconhecimento que é também autocuidado para se reconhecer nas perdas e o que se torna depois delas. 


Psicanálise, continua atualmente em um sentido amplo da sociedade, explica, implica e provoca reflexões intrínsecas e na clínica se escuta, ecoam as formações substitutas!


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